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3 A 12 FEVEREIRO
GUIdance 2022
Retenção e mundança*
Em momentos de forte transição civilizacional, agarramo-nos à história para demonstrar que a configuração do mundo, edificada pelo ser humano a partir do seu ímpeto insaciável de criar, tem qualquer coisa de audacioso, de misterioso, processo esse que também remete para a escuta da voz mais funda do ser: a do corpo.
Nesse encontro-cruzamento com a história do mundo e com a de cada um de nós – aquela que cada corpo carrega – e muito por causa da vastidão dessa existência, somos impelidos a deslizar à superfície, permitindo que as matérias de retenção do corpo – imagens, sensações, posturas, etc – expressem de forma consciente e inconsciente, o espírito do tempo do qual somos produto.
Este nosso tempo, é pois uma torrente de manifestações que ataca os corpos e neles cria retenções contra a sua própria vontade, gerando nexos de relações que por vezes nos fogem à compreensão.
É nesse processo de relação com a retenção indesejada dos corpos que o GUIdance deste ano se desenha. A subjetividade vai pois sacudir nexos e alargar fronteiras sensoriais. E maior que a vontade de chegar a um novo estabelecido, é a vontade de partir comandada pelo olhar que abraça esse lugar de transição.
Em tremenda simplicidade, podemos dizer que este é o ano da mundança*. Isto é, precisamos dançar com mais força para mudar o mundo. Com mais intenção, com mais despreocupação, com mais beleza, com mais caos… sobretudo com a vontade de potência que reconhecemos em cada corpo.
A mundança* é sempre mais necessária nos momentos de forte transição civilizacional, como o que agora vivemos. Mudar o mundo a dançar sempre foi uma das utopias do GUIdance. Para que a alimentemos, basta que consultem o programa, liguem a vossa bússola interior e venham ter connosco.
Rui Torrinha
* mundança - palavra inexistente, surgida da ousadia de fundir a palavra “mundo” com a palavra “dança”, para gerar uma ação intencional: a mudança do mundo pela dança.
CCVF / Palco do Grande Auditório Francisca Abreu
Quinta 3 fevereiro, 21h30
Sofia Dias & Vítor Roriz • Escala
Fábrica ASA / Black Box
Sexta 4 fevereiro, 21h30
Moritz Ostruschnjak • TANZANWEISUNGEN (it won't be like this forever)
CIAJG / Black Box
Sábado 5 fevereiro, 18h30
Maria Fonseca • Sahasrara
CCVF / Grande Auditório Francisca Abreu
Sábado 5 fevereiro, 21h30
Peeping Tom • Kind
CCVF / Pequeno Auditório
Domingo 6 fevereiro, 16h00
Sofia Dias & Vítor Roriz • Sons Mentirosos Misteriosos
CCVF / Pequeno Auditório
Quarta 9 fevereiro, 21h30
Sofia Dias & Vítor Roriz • Um gesto que não passa de uma ameaça
CCVF / Grande Auditório Francisca Abreu
Quinta 10 fevereiro, 21h30
Vera Mantero • O Susto é um Mundo
Fábrica ASA / Black Box
Sexta 11 fevereiro, 21h30
Catarina Miranda • Cabraqimera
CIAJG / Black Box
Sábado 12 fevereiro, 18h30
Anastasia Valsamaki • Body Monologue
CCVF / Grande Auditório Francisca Abreu
Sábado 12 fevereiro, 21h30
Wim Vandekeybus • Hands do not touch your precious Me
ATIVIDADES PARALELAS
Talks: conversas pós-espetáculo
CCVF / Grande Auditório
Quinta 3 fevereiro
Após o espetáculo “Escala”, talk com Sofia Dias & Vítor Roriz
Fábrica ASA / Black Box
Sexta 4 fevereiro
Após o espetáculo “TANZANWEISUNGEN (it won’t be like this forever)”, talk com Moritz Ostruschnjak
CIAJG / Black Box
Sábado 12 fevereiro
Após o espetáculo “Body Monologue”, talk com Anastasia Valsamaki
Masterclasses
CCVF / Sala de Ensaios
Sexta 4 fevereiro, 18h00-20h00
Masterclass com a companhia Peeping Tom
CCVF / Sala de Ensaios
Sexta 11 fevereiro, 18h00-20h00
Masterclass com a companhia Ultima Vez, de Wim Vandekeybus
inscrições ➞ bit.ly/gd22masterclasses
Debates
CIAJG / Sala de Conferências
Sábado 5 fevereiro, 16h00
Debate “Desfiguração Transformação” Parte I
CIAJG / Sala de Conferências
Sábado 12 fevereiro, 16h00
Debate “Desfiguração Transformação” Parte II
Embaixadores da Dança
Maria Fonseca
Vera Mantero
Ensaio aberto para Escolas de Dança
O Susto é um Mundo, Vera Mantero
11.ª Edição