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SÁBADO 16 NOVEMBRO, 16H00
Projeto Sonoscopia / Guimarães Jazz
Luís Vicente Trio feat. Camila Nebbia
Em 2024, a parceria Sonoscopia/Guimarães Jazz apresenta, ao contrário do que tem sucedido em edições anteriores, uma formação mais alinhada com o fenómeno jazzístico contemporâneo, embora sem abdicar da abordagem experimental que constitui a matriz da atividade deste coletivo portuense e, por extensão, da sua relação com o festival. A formação escolhida é um trio liderado por Luís Vicente, um importante trompetista português da geração milenar (ou seja, a geração que começou o seu percurso profissional na primeira década do século XXI), cuja obra tem sido marcada por um equilíbrio criativo entre o jazz moderno convencional e a improvisação livre. A seu lado, Vicente terá dois nomes já conhecidos do palco do Guimarães Jazz (o contrabaixista Gonçalo Almeida e o baterista Pedro Melo Alves) que com ele partilham essa fluidez idiomática e que com ele gravaram o mais recente documento discográfico deste grupo (o celebrado álbum de 2021, “Chanting in the Name Of”), uma formação que neste concerto será expandida pela contribuição de Camila Nebbia, uma jovem saxofonista argentina sedeada na Alemanha que se tem afirmado nos últimos anos como um valor emergente do jazz europeu contemporâneo.
Natural de Torres Vedras, Luís Vicente cresceu na Lourinhã, onde começou a envolver-se na música como autodidata no contexto – à semelhança de inúmeros outros músicos da sua e de outras gerações locais – da filarmónica local, tendo imediatamente escolhido o trompete como instrumento. Após a mudança para Lisboa, Vicente começa a envolver-se mais profundamente com a música e inscreve-se na Escola de Jazz do Hot Club, onde prossegue instrução musical a par dos seus estudos universitários. Desde então, este trompetista prolífico e multifacetado tem desenvolvido um trabalho intenso em diferentes formatos e contextos criativos, tanto como nomes proeminentes da cena musical portuguesa de largo espectro (tais como Marco Franco, João Pais Filipe ou Marcelo dos Reis), como ao lado de grandes figuras do jazz europeu (como por exemplo Paal Nilssen-Love ou Alexander Hawkins) e norte-americano (Hamid Drake, William Parker ou Tony Malaby, entre outros). Um trompetista e compositor, com apetência para trios (o mesmo formato que protagonizou a sua estreia discográfica, em 2012, com o álbum “Outeiro), Luís Vicente desenvolve um trabalho autoral integrado em vários grupos, entre os quais podemos destacar, pela sua atividade recente, o ensemble Chamber 4 (ao lado de, entre outros, o virtuoso violinista Théo Ceccaldi) e grupo de jazz-rock Fail Better!.
Gonçalo Almeida (n. 1978, Lisboa) é um contrabaixista e compositor sedeado em Roterdão e com uma forte presença nos circuitos europeus da música improvisada e de tendência experimental. Sendo um músico com um foco particular na dimensão dialógica da música, Almeida apresenta um historial respeitável de colaborações com nomes incontornáveis do jazz contemporâneo, tais como, entre muitos outros, Chris Speed ou Fred Longberg-Holm, ao mesmo tempo que mantém uma atividade constante e efetiva nas cenas musicais da Holanda e de Portugal. Para além da sua carreira como sideman, Gonçalo Almeida desenvolve também um trabalho relevante tanto no contexto das suas próprias formações (o Lama Trio e os grupos Albatre e The Selva) como a solo, sendo também o fundador e dinamizador de uma editora de música digital.
Pedro Melo Alves (n. 1991, Porto) é um dos músicos da sua geração em maior destaque na cena musical portuguesa dos últimos dez anos, fruto de um trabalho diversificado e ambicioso dividido por vários territórios e formatos musicais. Um baterista e compositor premiado e amplamente elogiado pela crítica especializada, Melo Alves fez a sua formação na ESMAE e na Escola Superior de Música de Lisboa e, desde a conclusão dos seus estudos, tem desenvolvido um trabalho musical relevante entre a improvisação e a composição (essencialmente marcado pela intersecção de ecossistemas musicais (do jazz à música erudita, do rock à eletrónica), ao mesmo tempo que tem colaborado ao longo do tempo com nomes relevantes da música contemporânea, tais como, entre outros, Joe Morris, Mark Dresser ou a Sun Ra Arkestra. Entre os seus projetos autorais ou como líder, podemos destacar a banda The Rite of Trio e o Omniae Large Ensemble, este último originalmente um septeto que em 2020 converteu-se, a proposta do Guimarães Jazz, numa orquestra e cuja música deu origem ao álbum “Lumina”, uma edição discográfica altamente elogiada.
Nascida na Argentina e atualmente sedeada em Berlim, Camila Nebbia é uma saxofonista, compositora, artista e curadora com uma atividade criativa marcada, à semelhança da sua própria formação académica, nos campos do jazz, do cinema, da dança e da composição contemporânea, por uma abordagem multidisciplinar e expansiva. Para além do seu trabalho como líder de formação ou a solo, o qual deu origem a vários registos discográficos, Nebbia partilhou palco e estúdio de gravação com grandes figuras da música contemporânea, entre eles Michael Formanek, Vinnie Sperrazza ou Angelica Sanchez, e em paralelo a saxofonista é também a cocriadora e curadora de coletivos artísticos, festivais e séries de música improvisada.
Maiores de 6
Luís Vicente, trompete e composição
Gonçalo Almeida, contrabaixo
Pedro Melo Alves, bateria
Camila Nebbia, saxofone tenor
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