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SALA 1
Alfabeto Africano
O alfabeto de desenhos de José de
Guimarães em diálogo com a
tradição de provérbios dos povos
de Cabinda.
Entre 1970 e 1974, José de Guimarães reelaborou o seu desenho, produzindo um
alfabeto influenciado pela linguagem ideográfica da tradição de panelas do
território correspondente ao antigo e influente reino de Ngoyo (XV-XIX),
atual sul de Cabinda, noroeste de Angola. Essa linguagem não era apenas
visual ou decorativa, comunicava mensagens, provérbios, significados, ideias.
E surgia esculpida em tampas de objetos domésticos, panelas e terrinas, aqui
apresentadas em imagens projetadas.
O Alfabeto Africano de José Guimarães, um projeto de “osmose” da arte europeia e
africana, reforça a importância do símbolo como elemento mediador entre
a arte e todas as outras dimensões da existência humana, compreendendo o
seu papel na transmissão cultural. As tampas de panelas contam provérbios,
ficções e revelam uma grande riqueza metafórica dos Ngoyo.
Introduzir este vocabulário na sala dedicada à “origem” da poética de José de
Guimarães, assinala a relação da arte europeia com a escultura africana, articulando fetichismo, apropriação e experimentação poética. Permite religar
o acervo do museu a tradições ativas do território africano. Projetados em
imagens, os relevos dos utensílios africanos assombram e iluminam o alfabeto de José de Guimarães.
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